quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

À beira de estrada

Espero. Espero à porta
Espero entre as paredes da janela. Quando a noite cair.

Espero. Espero a noite toda pela madrugada.
Espero pelo cantar do dia. Que me espera.

Espero. Espero dentro de mim.
Espero por quem nunca partiu. Do pensamento.

Espero. Espero sem dormir.
Espero pelo bater da porta. Sempre aberta.

Espero. Espero vendo ao longe.
Espero que voltes da viagem. E do que trazes.

Espero. Espero à beira de estrada.
Espero que não demore. Que me leve.

Espero. Espero sentado no mocho.
Espero ainda que apareçam aos tostões. O dinheiro é tempo.

Espero. Espero à boca da fonte.
Espero pela água. Limpida.

Espero. Espero à sombra.
Espero que o sol ardente se arrefeça. Para continuar.

Espero. Espero numa lapa.
Espero que a chuva passe. Depois de molhar o chão.

Teodoro da Silva Correia

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