sexta-feira, 27 de abril de 2012

Cantiga pa pedra - de Mario Lúcio


«Pedra pedra
De parduero, de obelisco, de capela, de pirâmide.
De jade, de xadrez, de construçon, de vulcon.
De enxofre, de sal, de açucar, de um pedrada.
De Buda, de moinho, de mula faca e espada.
De espuma, de mar, de algum lugar, de lua.

Pedra pedra
Fundamental, divina, filosofal, preciosa.
De Pedro, de Sisifo, de Jesus, de Madalena.

Pedra pedra
Esculpido, lascado, polido, rolado.
Ngabado ,sustedo, ncunhado, perto de ncunhal.
Na sapato, na bolso, na mon,riba cabeça.

Pedra pedra
De alicerce,de pula e salta, de brinca e trinca.
De pedra pardo pa arde pe.
Perto prata, pedra ingrata.

Pedra pedra
Chã de Pedra,pedra contra pedra
Que pena pedra empena, cristal de agua

Baxo de agua mole
Coraçon de pedra
Pedra riba pedra
Pedra simples pedra
Pedra bruta pedra
Brita pedra podre
Grita um pobre podre
Nem ké pa pedra podre
Um pobre pode grita
Pedra pedra»

Composição extraída do mais recente álbum de Mario Lúcio Sousa «Kreol»

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Sublinhar (4)


Uma coisa é o Indivíduo, outra coisa é a Sociedade. Entre as duas existe uma diferença de tamanho do mundo-jSβ

Prometi


Prometi-me
A não falar
E deixar-me expressar
No olhar faminto
De te querer
No silêncio infinito
De pouco saber 
O que dizer

Não resisti-me!
Escrevi  isto!
Não me resisto!
É pra ti!
Não consigo que fique só pra mim

Quero ainda mais o teu beijo
Ainda que a tua boca não beijei
Se não fosse na profundeza do meu desejo

Quereria acordar-me bem próximo de ti
No despertar da luz of the day
Ainda que o teu corpo não toquei
Se não fosse nos sonhos que sonhei

Quereria silenciar-me e escutar-te
Ainda que o meu desejo fosse beijar-te
Se não fosse o meu desejo
Apenas um desejo

Ao omnipresente
O mais eloquente
Dono da verdade
Pela vossa intimidade
Que te diga, o que fui incapaz de dizer
Que escreva, o que não pude escrever
Que mostre o caminho
Que me leve ao teu destino

Teodoro Correia